Estamos, mais uma vez, reféns
da classe médica que, como sempre, dita regras, visando apenas seus interesses
e argumentando que “não faltam
profissionais médicos e sim estrutura para atendimentos”. Quando as
entidades médicas argumentam que não possuem boas condições de trabalho, estão
se referindo às estruturas do SUS e esquecem
que muitos dos hospitais e consultórios privados também não oferecem mínimas
condições de atendimentos e humanização, pois hoje privados ou públicos estão
no mesmo patamar de péssimos atendimentos.
Refletindo, então, sobre como
encontramos os serviços de saúde hoje no Brasil, especificamente a Atenção
Básica, sentimos falta do programa do PACS, implantado na década de 1970 como
uma importante estratégia na consolidação do SUS, onde as principais ações se
davam por meio dos Agentes Comunitários de Saúde, com
desenvolvimento de ações de prevenção a doenças e promoção à saúde, nos
domicílios e comunidade, sob supervisão de uma Enfermeira. Talvez este programa
tivesse relevância por não ter tido o profissional médico como parte da equipe
e sim apenas como referência para os agravos identificados.
Pensando a atenção primária como porta de entrada
para os serviços de saúde e como um trabalho efetivo de promoção à saúde,
devemos começar a pensar em resgatar o PACS, deixando
adormecido o PSF, enquanto não formamos profissionais médicos em saúde da família, como os médicos cubanos. A oferta para
profissionais médicos com certeza seria minimizada e acabaríamos com toda essa
guerra entre médicos e governo.
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