quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mais de 43 mil mulheres foram mortas no País na última década, diz estudo


Mais de 43 mil mulheres foram mortas no País na última década, diz estudo

Estudo complementar do mapa da violência revela que taxa de homicídio cresceu 217,6% em 30 anos; marido ou ex é o agressor em 65% dos casos

iG São Paulo  - Atualizada às 
Em 30 anos, no período de 1980 e 2010, aproximadamente 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil - 43,5 mil só na última década. Os números, divulgados nesta segunda-feira, são alarmantes e foram revelados pelo estudo complementar do mapa da violência 2012. A taxa de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6%.
O mapa da violência de 2012, pesquisa coordenada pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz, mostrou ainda que um ano após a lei Maria da Penha ser implantada, em setembro de 2006, as taxas de homicídio apresentaram visível queda (de 4,6 para 3,9 mortes em cada 100 mil mulheres). Já a partir de 2008, a violência retoma os patamares anteriores, com 4,4. Segundo o estudo, isso revelaria que as atuais políticas ainda são insuficientes para mudar a situação das mulheres no Brasil.
Leia sobre casos de violência contra a mulher 

Em pouco menos da metade dos casos, o agressor é o parceiro (ou ex-parceiro) da mulher (42,5% do total de agressões). Se comparada a idade da vítima entre 20 e 49 anos, 65% das agressões tiveram autoria do namorado, marido ou do ex. Com a pesquisa ficou claro que, em quase 70% dos casos, a agressão acontece no ambiente famiiar, a própria residência da vítima. 

Ranking da violência 

Em todo o País, o Estado mais violento foi o Espírito Santo, com uma taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres. Com isso mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do Piauí, Estado que apresenta o menor índice (2,6).
Já nas capitais, a taxa de homicídios chegou a 5,1. Os índices mais altos de assassinatos foram encontrados em Porto Velho, Rio Branco, Manaus e Boa Vista, todas da região Norte, com níveis acima de 10 mortes para cada 100 mil.
O estudo citou ainda que, com base nos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre os 80 países do mundo, o Brasil ocupa o 7º lugar como uma das nações com de elevados níveis de feminicídio.
Meio e reincidência
Em mais da metade dos casos analisados (56%), a força corporal ou o espancamento são os meios mais utilizados pelos agressores nesse quadro de violência contra a mulher. Outros casos mais comuns são: ameaça (22,4%), uso de objeto perfurante/cortante (8,2%), objeto contundente - como pedaço de madeira ou ferro (4,8%) e enforcamento (3,8%).
O índice da reincidência também surpreendeu. Em 51,6% dos atendimentos foi registrada a reincidência, em aproximadamente 38 mil casos. Esse cenário é mais forte entre as vítimas entre 20 e 60 anos ou mais – índice chega a 62,5%.

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