Mulheres do Cariri se mobilizam contra violência nesta 4ª |
24 de julho de 2012 | |
As mulheres produtoras rurais do Cariri paraibano vão promover um apitaço nas ruas do Centro de Monteiro numa mobilização pelo fim da violência contra a mulher do campo. O ato, que acontece nesta quarta-feira, dia 25, vai marcar a celebração pelo dia do agricultor, 28 de julho.
O grupo vai se concentrar na feira agro ecológica da cidade, a partir das 7h, onde também vão promover uma panfletagem sobre o tema. De lá, elas seguem em caminhada até o campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde participam de uma oficina sobre participação política. A Paraíba é o estado brasileiro com o 4º maior índice de violência contra a mulher: em 2010, a cada 100 mil mulheres paraibanas, seis foram assassinadas, somando 117 homicídios, de acordo com o Mapa da Violência, realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos. A maior incidência é de mulheres entre 20 e 29 anos (7,7 para cada 100 mil), população que morre em casa, vítima de violência doméstica (64,2% das mortes neste grupo foi registrada na residência da vítima, enquanto outros 23% morrem na rua). O problema não é registrado apenas no ambiente urbano: as mulheres trabalhadoras rurais estão expostas aos mesmos problemas e a outros, próprios do ambiente rural. Além da violência psicológica, elas também lutam contra a violência patrimonial, muito comum no campo. Situação comum, por exemplo, é que as mulheres não gozam do direito ao descanso semanal: enquanto os homens repousam no domingo, elas continuam na lida doméstica, o que gera inclusive problemas de saúde. O ato público e a oficina fazem parte das ações promovidas pelo projeto “Autonomia: Mulheres do Cariri”, realizado pela Concern Universal Brasil e Cunhã Coletivo Feminista com o cofinanciamento da União Europeia. O projeto pretende trabalhar com 600 mulheres de 30 grupos produtivos de oito cidades da região do Cariri até 2015 e ajudar na organização comercial e política destes grupos, contribuindo para gerar renda e autonomia das mulheres envolvidas e suas famílias.
Aline Oliveira
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