SEXTA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2012
"Crimes" de Lula
Em despedida. Lula comprimenta o povo no dia da posse de Dilma |
Desde 2003, desde o primeiro dia do primeiro governo Lula que o Brasil começou a se tornar um país de classe média. Isto significa que desde 1º de janeiro de 2003, por isso e por outros fatores, respiramos mais democracia no país. Democracia não é apenas votar e ser votado, mas também acesso aos serviços básicos do Estado e distribuição de renda.
Diga o que quiser, mas não dá para negar as mudanças que vivemos nos últimos 10 anos.
É claro que essa “nova” classe média não se comporta como a antiga. A “nova” não reproduz os mesmos valores da “velha” ou tradicional classe média. Ela não pensa – ou tem certeza – de que são de “sangue azul”, mas que foram excluídas do processo de nobreza por alguma falta de sorte qualquer.
Pochmann escreveu que à “nova” classe média ainda lhe falta a real consciência de sua condição – um resumão “super meia boca” de seu último livro.
Como já escrevi aqui, as elites sempre usam o discurso do “mar de lama” quando processos similares ao que vivemos hoje no Brasil estão em curso. Foi assim com Getúlio, JK e Jango. Agora não é diferente. Leia mais aqui
Desde o primeiro dia do primeiro governo Lula que, as elites através da autoproclamada grande imprensa, armam tentativas de golpes para derrubar Lula, o PT, a esquerda e os movimentos sociais do governo central. Vide a última capa de Veja, com uma entrevista feita com sabe-se lá quem e que não há nem fosfato do pó da fita da entrevista. Leia aqui e aqui
Toda essa movimentação das elites através da grande mídia, pelo menos nos mostra como a direita vem, aos poucos, perdendo sua força. Ao tentarem derrubar Lula em 2005, não só o povo foi às ruas dizer não ao golpe como reelegeu Lula e elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff.
É bom deixar claro que a esquerda no Brasil não é Poder. Parte dela dirige parte do aparato de Estado. O Poder, e no sistema capitalista não tem como ser diferente, é o econômico. Este influencia – para não dizer manda – na grande imprensa, nos poderes legislativo e judiciário e até em parte das administrações diretas, mesmo quando lá, eleitos, estão setores mais populares.
É usando também o poder judiciário que a direita brasileira, desde 2005, tenta golpear a esquerda, golpeando Lula.
Lula, apesar de ser do PT, não representa apenas o Partido dos Trabalhadores. Quer queiram ou não, gostem ou não, Lula simboliza a esquerda brasileira. Tentar golpeá-lo é golpear a esquerda, os setores de nosso povo que sempre lutaram pela democracia, inclusão e justiça social no Brasil.
[PAUSA]
Antes que alguém que leia essa postagem comece a babar de raiva afirmando que invoco divindade ao PT ou à esquerda em geral, afirmo que toda e qualquer organização é passível de erros e por eles, responder. Mas sempre dentro das regras e não como estamos vendo hoje no Brasil.
[CONTINUE]
Para as elites muitos foram os crimes de Lula. Foi o presidente que mais construiu dezenas de universidades, dezenas delas em todo o país. E centenas de IFET’S. Lula mudou a política externa brasileira e agora não retiramos os sapatos para entrar nos EUA, tampouco eles vem aqui nos dar ordem, como era nos tempos de FHC.
Lula, com Ministério das Cidades ajudou a enfraquecer e em alguns locais a acabar com o mandonismo de “coronéis” regionais na política. A eleição de Lula mostrou aos mais que eles podem alçar espaços de poder.
Todos os problemas que enfrentamos hoje são problemas de crescimento e não de recessão como era nos tempos do PSDB. Disso decorre um dos mais graves “crimes” de Lula que é pobre andando de avião. As elites não perdoam.
Outro “crime” grave foi garantir a continuação desse projeto de desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda, com a eleição de Dilma. Manter a mesma política de redução de juros, por exemplo. Quando Lula deixou o governo os juros, mesmo ainda altos eram em torno dos 12%, menos da metade de FHC e hoje temos juros de 7,5%. Juro real de 2%.
Mas o mais grave de todos os “crimes” de Lula, do PT, da esquerda, foi transformar a pirâmide social do Brasil num losango. Hoje a maioria da população brasileira está na chamada classe C, ou média como queiram. Hoje temos 104 milhões de brasileiros nessa faixa de renda. Isso, as elites jamais perdoarão.
Parece que os partidos aliados entenderam que é hora de reagir ao golpe da direita e da grande imprensa. Leia abaixo nota sobre a última tentativa de golpe em Lula
Partidos divulgam nota em defesa do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.
As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula.
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo.
Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB.
Brasília, 20 de setembro de 2012.
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