MPPB constata falta de gêneros alimentícios nas creches estaduais
Caldo de feijão e patê de frango foram os únicos alimentos servidos em creche
Há carência de frutas, verduras, legumes, carnes e até leite para lactentes e crianças pequenas; situação levou funcionários a pedirem doações na comunidade
A falta de gêneros alimentícios indispensáveis para garantir uma alimentação saudável, nutritiva e equilibrada a lactentes e crianças pequenas foi constatada pelo Ministério Público da Paraíba também na creche estadual Karina Zagel de Mendonça, que fica no mesmo bairro e atende cerca de 60 crianças.
Segundo a promotora de Justiça, Maria Salete Araújo Melo Porto, há mais de um mês, falta leite na creche Karina Zagel. Os “belíssimos” cardápios expostos nas duas creches ficam apenas no papel e não podem ser cumpridos, devido à ausência de gêneros alimentícios.
A situação é tão precária que os funcionários das creches começaram a providenciar doações na comunidade para tentar amenizar o problema. “Há uma carência total de frutas, legumes, verduras, carnes e, principalmente, de leite.
As creches devem oferecer cinco refeições diárias a essas crianças e o que constatamos foram ações criminosas, porque não se pode deixar bebês e crianças sem alimentação ou com alimentação precária”, disse indignada a representante do MPPB.
Problema generalizado
Problema generalizado
A gravidade da situação levou o Ministério Público estadual a promover nesta última quinta-feira (22), uma audiência com representantes da Secretaria de Educação da Paraíba sobre o assunto.
Na audiência, o gerente de administração da secretaria, Emanoel Weber Polari de Figueiredo, disse que estão sendo adotadas todas as medidas possíveis e legais para abastecer as creches estaduais e que já foram publicados diversos contratos para aquisição de gêneros alimentícios.
Segundo ele, a primeira entrega de hortifruti foi realizada essa semana. Nas semanas anteriores, houve entrega de gêneros não perecíveis suficientes para um mês de abastecimento e de carne suficiente para 15 dias. Nas duas últimas semanas, teriam sido entregues gêneros hortifruti e granjeiros provisionados para uma semana.
Polari também informou que está sendo providenciada uma lista de todos os gêneros necessários para o bom funcionamento das creches. “Isso para fins de realização de um pregão para registro de preços, de modo que as creches não voltem a ficar desabastecidas”, explicou.
Medidas e compromissos
Medidas e compromissos
Na audiência com o MPPB, a secretaria se comprometeu a regularizar o fornecimento da alimentação escolar nas creches estaduais no prazo de 30 dias e a acompanhar e a fiscalizar a prestação do serviço.
O Ministério Público estadual, por sua vez, oficiou o Conselho de Alimentação Escolar para que, no prazo de 15 dias, inspecione, por amostragem, dez creches estaduais localizadas na capital para verificar se o problema foi resolvido.
O conselho deverá encaminhar relatório sobre o assunto à Promotoria de Justiça da Educação.
Os conselhos tutelares de João Pessoa também deverão acompanhar o caso e comunicar ao MPPB as falhas constatadas na prestação do serviço considerado essencial.
Os conselhos tutelares de João Pessoa também deverão acompanhar o caso e comunicar ao MPPB as falhas constatadas na prestação do serviço considerado essencial.
Audiência
Participaram da audiência as promotoras de Justiça da Educação, Ana Raquel Brito Lira Beltrão e Fabiana Lobo, a promotora civil Maria Salete Araújo Melo Porto e os representantes da Secretaria Estadual de Educação, Emanoel Polari, Aluízio Lucena e Diego Luna.
Outros problemas
Todos esses problemas levaram a Promotoria da Educação a ajuizar, em fevereiro deste ano, uma ação civil pública para obrigar o Município de João Pessoa a receber em sua rede de ensino as 31 creches estaduais localizadas na cidade e todas as crianças nelas matriculadas. A ação tramita na 1a Vara da Infância da Capital.
Apesar da ação contra o Município, o MPPB entende que ainda é responsabilidade do Governo do Estado garantir a alimentação escolar aos bebês e crianças atendidos nas creches estaduais.
Apesar da ação contra o Município, o MPPB entende que ainda é responsabilidade do Governo do Estado garantir a alimentação escolar aos bebês e crianças atendidos nas creches estaduais.
Da Redação (com Assessoria)
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