segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A mídia tradicional continua machista mesmo?


A mídia tradicional continua machista mesmo?

E você ainda tem duvida?
Os meios de comunicação são os principais mecanismos de opressão da vida e da liberdade e autonomia das mulheres, da manutenção do conceito de divisão sexual no trabalho no Brasil.Os veículos de comunicação são controlados por apenas dez famílias no país, dessas dez famílias pelo menos cinco tem ligações religiosas, tanto com a igreja católica, quanto coma a protestante, e pregam valores morais patriarcais, divulgando uma imagem da mulher na condição de mercadoria, submissa homem,e as outras cinco mantém o modelo tradicional , a nos induzir que devemos estar atentas a um padrão de beleza que possa ser consumido facilmente, mesmo que tenhamos de ser clientes habituais de farmácias que vendem fórmulas mágicas de emagrecimento ou clínicas de estética e academias nos dando a ilusão que para obter felicidade e bem estar temos que estar necessariamente preocupadas com o modelo de estética imposto associados a um padrão econômico cultural, que entra em conflito com o nosso discurso de autonomia e igualdade
A mídia ainda continua machista, quando o futebol, ou o Big Brother se tornam mais importantes do que casos de violência contra as mulheres. Com isso, eu me pergunto, quanto de vocês ouvem falar da Viviane Alves, por dia, na investigação ou em qualquer outro lugar? Quantas vezes você se lembra do caso da Eloá Pimentel? Quantas matérias você já viu sobre a lei Maria da Penha nos principais veículos de comunicação do país?
Foto: Overmundo
Foto: Overmundo
Na televisão, quando se fala de mulher, quais são os assuntos além de beleza, bem estar e saúde você vê? E como é ser uma mulher perfeita sendo obrigada a fazer diversos serviços domésticos como lavar, passar, cozinhar e ter que cuidar da casa e dos seus maridos?
Não basta ser mulher: tem de ser mulher, mantenedora, tem que lavar, passar, cozinhar, cuidar dos filhos, não pode estar triste deprimida (para isso existe os corretores de olheiras), sorridente e audaz, ela tem de fazer todas as suas tarefas, tilintando o salto Luis XV. Este é o formato ideal para mídia tradicional
São poucas as pautas que tratam do que realmente importa na vida das mulheres, a autonomia, o respeito e a igualdade.
Frequentemente vemos nas revistas artigos que mostram as mulheres que modificam a cor e o corte do cabelo, corpos, novas modas estéticas, novos chás, novas tecnologias que vão trasformar a vida da mulher em algo mais prático para os afazeres habituais. Ninguém está dizendo aqui para só falarmos de dicursos politícos, mas é um saco olhar a tv e assistir programas com mulheres de biquini expondo seus corpos publicamente de uma determinada forma pejorativo ou mesmo apresentando programas de fofoca, culinária ou beleza.
As novelas na sua maioria com aquele mesmo enredo chato, de mulher que se apaixona, trai, e é tratada como prostituta,limpando a casa, marido vem abraça etc, se bem que agora eles andam mascarando isso, dizendo que estão falando de temas como tráfico de mulheres e da situação da mulher de antigamente de um modo muito superficial. Óbvio. E sem gerar o mesmo interesse que geram quando o tema, é outro.
Mas quando o assunto é tratar da vida das mulheres, não aparece na globo, na record, no sbt, na bandeirantes, na rede tv, nos rádios, revistas e jornais. E, eventualmente, quando a matéria aparece, é completamente superficial e cheia de pré-conceitos, desvalorizando a luta dos movimentos de mulheres .
A mídia não se preocupa com questões sociais, e isso é um fato. E nas redes sociais vejo pouco interesse dos setores que se dizem progressistas em ajudar a causa feminista ou feminina, há muita presença virtual em determinados casos, e em outros temas considerados mais graves, não vejo repercussão.E enquanto ela, a mídia tradicional, puder manter este estereótipo, ela irá manter para continuar assegurando as suas bases burguesas solidificadas e monopolista, assim resta a pergunta final, se a midia que é o meio de comunicação mais influente não mudou. A opinião publica mudou?
Mas nós continuaremos nos manifestando até que sejamos todas livres!
 *Clareana Cunha é estudante de Ciências Sociais na Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo (FESPSP) e militante da Marcha Mundial das Mulheres- SP

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