sábado, 14 de julho de 2012


O POVO PAGA A LAGOSTA E FICA COM PÃO E CUSCUZ

Gilvan Freire
O desgaste operacional do atual governo é fruto da visão de um homem público que todo dia se esforça para que nada dê certo, mesmo que já esteja convencido de que o que fez só tem dado certo para ele próprio dar errado.
Ou seja, para que tudo dê errado, incluindo o governo e o governante, nada mais precisa ser feito, porque RC está com sua obra concluída por antecipação, a não ser que ele ainda tenha surpresas em reserva técnica, dessas que a população pode se dar ao luxo de agradecer e dispensar.
Talvez fosse o caso de se ajudar o gestor combalido que não encontra tempo e nem tem boa vontade de salvar a própria pele, já que a pele dos outros ele espicha e corta como os índios americanos Sioux faziam com o escalpo dos brancos.
Mas que fazer para salvar RC do escalpelamento que o povo deseja produzir nele à moda indígena porque ele invadiu a privacidade de brancos e negros e lhes tirou patrimônio, dinheiro, sossego e a paz?
Se conselho resolver, vamos a uns poucos, já que se não forem muitos não atendidos o prejuízo de tempo será maior:
Primeiro – Governador, se não puder mudar sua natureza – o que é quase impossível para quem tem defeitos congênitos -, mude seu estilo e faça de conta que o governador vai ser outro, humano, equilibrado, justo, tolerante e solidário; se governe com esse outro governante como se fosse você disfarçado.
Segundo – Demita a metade ou um pouco mais de seus auxiliares incompetentes e coloque no lugar deles outras pessoas, e deixe os que ficarem obedecendo ao novo governante que você passa a ser, mesmo que eles pensem que quem governa ainda é o outro governador.
Terceiro – Passe ordem aos novos auxiliares que entrarem, para que eles não pensem que quem governa é o governante anterior.
Quarto – Bata na mesa (e não no vento e nem nos pobres), para que se restabeleça o principio da autoridade avacalhada pelas contestações desabonadoras de aliados políticos que você quis comprar mas não pagou, ou não pagou o preço que queriam, mas negociou a compra e venda desmoralizante a todos.
Quinta – Peça perdão ao povo pelos seus erros contumazes e pecados capitais, entre os quais o de não amar ao próximo, e introduza o novo homem no governo, para que todos tenhamos paz, ainda que o pedido de perdão (banalizado e dissimulado nos últimos dias), seja somente uma camuflagem a fim de que o novo estilo pareça diferente do velho.
Sexta – Renuncie ao pecado da gula, para que o poder não seja um alimento e os alimentos não sejam símbolo de um poder que pode tudo, inclusive levar o povo a fome enquanto os gestores se refestelam como Sultões à custa da miséria alheia. Deixe essas extravagâncias a seu antecessor: aquele que seria você antes de mudar de estilo. Se mudar.
É importante aconselhar mais, mas há de se saber se vale a pena, porque vê-se que você gosta muito de você mesmo e de seu estilo, ainda que só você goste e morra por ele, enquanto muitos morrem por causa dele.
De qualquer forma, depois trago outros conselhos. Quem sabe, Deus lhe mude, né?

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